BARCO E CANOAGEM

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dicas de pesca

 O passo inicial que você deve fazer é tirar sua “licença de pesca”, conhecida popularmente como “carteira de pesca”. Isso pode ser feito com uma visita ao escritório do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ou do Órgão Estadual de Meio Ambiente, ou então através dos sites na internet. Em geral, a “licença de pesca” do IBAMA é um pouco mais cara do que as licenças emitidas pelos órgãos estaduais, pois ela pode ser usada em todas as unidades da federação, enquanto que as demais licenças são usadas apenas no Estado de origem. Vale lembrar que existem dois tipos de licenças com valores distintos. A “licença para pesca desembarcada” que é usada pelo pescador que vai pescar no barranco do rio custa o equivalente a R$ 20,00 e a “licença para pesca embarcada” que é usada por pescadores que utilizam algum tipo de embarcação (canoa, lancha, regatão, etc.) custa a quantia de R$ 60,00.
     Quando você estiver providenciando a sua “carteira de pesca” é importante que você se oriente sobre a Legislação Ambiental que traz normas específicas acerca dos recursos pesqueiros, principalmente sobre o “período da piracema”, os “locais de pesca proibida” e as “espécies de peixes proibidos”, pois tais regras variam bastante de um Estado para outro. Por exemplo, a pesca do pirarucu (Arapaima gigas) em alguns locais está proibida, mas em outros não.
     Outro detalhe que você não pode esquecer trata-se da observação das regras da Marinha. Da mesma forma que no caso anterior, você pode visitar pessoalmente as Capitanias dos Portos ou buscar informações nos sites existentes na internet.
     Se você vai usar uma embarcação (barco, canoa, lancha etc.) é imprescindível que você esteja portando a “carteira da marinha”, para a categoria de “Arrais-amador”, que é a que habilita o seu portador na condução de embarcações nos limites da navegação interior. É importante saber que uma carteira dessas não pode ser tirada da noite para o dia. Para obtê-la você precisa passar por uma prova específica.
     Depois que você estiver com a “carteira de pesca” e a “Arrais-amador”, começa o segundo passo, que se trata do preparo da bagagem, da embarcação e do veículo.
     Faça um “check-up” no veículo, conferindo as condições do motor, dos pneus, dos amortecedores, do sistema elétrico e dos itens de sinalização luminosa (lanterna, luz de freios, setas e faróis). Não se esqueça dos itens obrigatórios do veículo, como extintor de incêndio, estepe, triângulo de sinalização, chave de rodas e macaco hidráulico, além é claro da caixa de ferramentas, que deve conter: alicates, chaves diversas, martelo, parafusos, porcas e ruelas.
     Após isso, cheque as condições de sua embarcação e mande fazer uma revisão no motor de popa. Não se esqueça dos coletes salva-vidas; eles são itens obrigatórios para quem entra na água.
Antes de começar a preparar a bagagem para a viagem, faça uma lista do que pretende levar. Assim você terá mais chances de não se esquecer de nenhum item importante.
     Ao preparar sua bagagem, não deixe de fora o repelente de insetos, o protetor solar, uma camisa de mangas compridas e o boné ou chapéu de abas largas. Faça uma visita ao Posto de Saúde mais próximo de sua casa para tomar as vacinas contra febre amarela e tétano antes de sair para a beira do rio.
     Leve ferramentas como um bom alicate, um canivete multiuso do tipo suíço, duas ou três facas, um facão, uma pedra de amolador facas, uma lanterna, um lampião ou um celibrim com bateria.
     Recomendo também que você leve um “kit de primeiros socorros”.
     Não se esqueça de planejar sua viagem com bastante antecedência e quando for consultar o calendário para programar sua pescaria, não se esqueça de ver a fase da lua, pois dependendo do tipo de peixe que você pretende pegar é muito importante que você leve em consideração a fase lunar.
     Pense bem no tipo de peixe que você quer pegar e leve a isca adequada. Existem inúmeras receitas de massas caseiras que podem ser preparadas com restos de pão, farinha de trigo, fubá de milho, arroz cozido, frutas etc. Se quiser levar minhocas, você pode adquiri-las em lojas especializadas ou pode coletá-las nos jardins e no quintal de sua casa. A mandioca, a batata doce, o palmito e o milho entalatado estão entre as iscas mais preferidas por inúmeros pescadores.
     Não se esqueça de consultar as condições climáticas através dos sites na internet que disponibilizam informações sobre a metereologia. Vale destacar que alguns desses sites apresentam as previsões do tempo com antecedência de até 10 dias, e que tais informações mostram uma considerável segurança, o que, com certeza, podem auxiliar bastante no planejamento da sua pescaria.
     Lembre-se que “bebida e direção não combinam”. Da mesma forma que um motorista não pode beber e dirigir, o piloto de uma embarcação deve se abster do álcool.
     Recomendo que leve o aparelho celular apenas para ser utilizado em casos de emergência. Só use o celular em casos de extrema necessidade.
     Respeite o meio ambiente. Traga todo o seu lixo de volta. Não faça queimadas, não derrube árvores e não mate animais silvestres (jacarés, botos, tartarugas etc.), pois essas ações desrespeitosas contra a natureza são consideradas crimes.
     Curta todos os momentos da viagem e da pescaria. Procure estar em sintonia com o ambiente à sua volta. Para isso, é importante que você se desligue dos seus problemas e da sua correria diária.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Piada de pescador

O mineiro está pescando na beira do riacho, de repente chega um conhecido, acocóra-se ao seu lado, faz um cigarrinho de palha e fica ali, observando a superfície do rio durante várias horas, no mais absoluto silêncio.

A certa altura, o mineirinho incomodado com a presença do amigo, resolveu falar:

- Qué pescá um cadim?

E o outro:

- Deus me livre, moço! Tenho paciência préssas coisas não, sô!

domingo, 31 de outubro de 2010

A PESCA DO TUCUNARÉ NO AMAZONAS

Denominada por muitos como Pulmão do Mundo, a Floresta Amazônica impressiona pelas suas dimensões gigantescas, pela variedade da fauna e flora, por seus magníficos rios e lagos. Pesca esportiva. Milhares de espécies de peixes habitam os rios da Amazônia. Com toda sua exuberante biodiversidade, a Bacia Amazônica é rota obrigatória para os amantes da pesca esportiva. É um lugar único, onde se pode encontrar rios e lagos limpos e preservados, em meio à sua incontestável beleza selvagem. É importante lembrar que a pesca esportiva é uma atividade ecologicamente correta e proporciona momentos de prazer ímpares aos seus praticantes, cada dia mais preocupados com a manutenção do meio ambiente e da preservação das espécies dos peixes, já que sem eles o esporte não pode ser praticado. Tucunaré (Cichla monoculus) Predador por excelência, o Tucunaré é considerado símbolo da pesca esportiva no Brasil. Sua voracidade é tamanha que ele é capaz de atacar anzóis mesmo sem isca. Os índios já o pescavam com iscas artificiais antes mesmo da modalidade ser praticada pelos pescadores esportivos. Vários tipos de Tucunaré freqüentam os rios da Amazônia, os mais conhecidos são chamados de Açu, Paca, Pitanga, e Borboleta, tem como características em comum a pele amarelada e um circulo no rabo semelhante a um olho. Atingem cerca de 1,20 mts de comprimento e até 15 a 16Kg. Durante a época da seca, habitam principalmente as lagoas marginais, partindo para a mata inundada (igapó) durante as cheias. Nas lagoas, durante o início da manhã e final do dia, quando a água já está mais fria, se alimentam próximo às margens. Quando a água esquenta, passam para o centro das lagoas; na ausência de lagos, o Tucunaré abriga-se em remansos, pois não são apreciadores de águas de forte correnteza.

sábado, 23 de outubro de 2010

Piau

 Dica: A melhor isca e encontrda facilmente é a minhoca. O piau por ser muito arisco requer uma certa astucia na captura.Mas sem duvida, usem a minhoca e terão boa pescaria. 
 Dica: Salame em pedacinhos, retire da embalagem e corte para que endureça de dois a tres dias na geladeira, para que fique mais firme no anzol  
Dica: Pega-se uns 20 Kg de massa de mandioca triturada, coloca em um saco e deixa uns 3 dias no poço de sua escolha... Isso é pra ceva. Quando voçê for pescar ferva o milho verde ate o pondo em que se possa arancalo do sabugo. Só não vale comê-lo na hora da pesca. Rsrsrsrs
Abraços pra todos. 

 Dica: Bom, onde eu pesco, pegamos com salsicha. Tem que ser da boa, pois senão solta com muita facilidade do anzol. Milho verde em conserva antigamente pegava demais, mas hoje em dia não pega mais, mas era uma teta.. muito boa a dica. Abraços
 

domingo, 17 de outubro de 2010

Massa completa para a Pesca em geral.

Ingredientes:   Quatro bananas amassadas, Seis paçocas de amendoim,  50 g de quilo ralado, Uma batata doce cozida 
e amassada, duas colheres de mel, quatro colheres de chocolate em pó, um ovo cru com gema e clara, 
( para amaciar a massa ), Quatro colheres de óleo de cozinha, (  para a massa não grudar nas mãos ).
 

Modo de preparar:  
Mistura-se tudo em uma bacia e o resultado é uma massa gosmenta. Junta-se farinha de trigo e 
se sova até ficar igual a massa de pão, no ponto de fazer bolinhas de um centímetro. Ela pode ser 
guardada em geladeira e, no dia da pescaria, caso esteja meio mole,  basta  juntar  mais  farinha 
de trigo até dar o  ponto de " massa de pão ".  Na pedra da pia,  deve ser sovada com uma garrafa 
ou um  pau de macarrão.  Essa massa, de tão cheirosa e gostosa, te dará  vontade  até de comer...  OBS: Ingredientes suficientes p\ fazer massa p\ quatro pescadores Gentileza Agro-iscas

domingo, 10 de outubro de 2010

Dicas para uma boa pescaria

Antes de decidir para onde ir ou o que levar, é bom que você troque algumas idéias com amigos e conhecidos que gostam de pescar, especialmente se você é um “marinheiro de primeira viagem”. No caso de você já ter bastante tempo de pescaria e mesmo que se considere um bom pescador, ainda assim é sempre bom trocar idéias e experiências com outras pessoas, pois dessa forma você poderá ficar sabendo de um novo local para ir ou de um novo tipo de material de pesca que esteja disponível no mercado. Além do mais, um momento como esse é ideal para colocar em dia as estórias das pescarias anteriores.
Foi com o objetivo de facilitar a vida dos amantes da pescaria que reuni aqui algumas dicas e recomendações.
O primeiro passo para quem pretender fazer uma pescaria deve começar com uma visita ao escritório do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ou do Órgão Estadual de Meio Ambiente para obter sua “licença de pesca”, também conhecida como “carteira de pesca”. Caso a sua cidade não possua nenhum órgão ambiental, você pode conseguir sua carteira de pesca através dos sites na internet. Em geral, a “licença de pesca” do IBAMA é um pouco mais cara do que as estaduais, pois ela pode ser usada em todas as unidades da federação, enquanto que as outras são usadas apenas no Estado de origem. Vale lembrar que existem dois tipos de licenças com valores distintos. A “licença para pesca desembarcada” que é usada pelo pescador que vai pescar no barranco do rio custa o equivalente a R$ 20,00 e a “licença para pesca embarcada” que é usada por pescadores que utilizam algum tipo de embarcação (canoa, lancha, regatão, etc.) custa a quantia de R$ 60,00.
Nesse primeiro momento quando você estiver providenciando a sua “carteira de pesca” é importante também aproveitar para se orientar quanto a Lei de Proteção e Estímulos à Pesca (Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967) e Lei da Vida (Lei Federal nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998) que trazem normas sobre os cuidados com os recursos pesqueiros. Além dessas, é importante saber o que dizem as Leis Estaduais e Municipais correlatas, especialmente sobre os “locais de pesca proibida” e as “espécies de peixes proibidos”, pois tais regras variam bastante de um local para outro. Por exemplo, a pesca do pirarucu (Arapaima gigas) em alguns locais está proibida, mas em outros não.
Outro detalhe extremamente relevante para quem vai pescar trata-se da observação das regras da Marinha. Da mesma forma que no caso anterior, você pode visitar pessoalmente as Capitanias dos Portos ou então buscar orientações através dos sites existentes na internet.
Se você vai usar uma embarcação é imprescindível que você esteja portando a “carteira da marinha”, para a categoria de “Arrais-amador”, que é a que habilita o seu portador na condução de embarcações nos limites da navegação interior. É importante saber que uma carteira dessas não pode ser tirada da noite para o dia. Para obtê-la você precisa passar por uma prova específica.
Depois que você estiver com a “carteira de pesca” e a “Arrais-amador”, é o momento de começar a segunda etapa, que se trata do preparo da bagagem, a embarcação e o veículo.
Faça um “check-up” no veículo, conferindo as condições do motor, dos pneus, dos amortecedores, do sistema elétrico e dos itens de sinalização luminosa (lanterna, luz de freios, setas e faróis). Não se esqueça dos itens obrigatórios do veículo, como extintor de incêndio, estepe, triângulo de sinalização, chave de rodas e macaco hidráulico, além é claro da caixa de ferramentas.
Após isso, cheque as condições de sua embarcação e mande fazer uma revisão no motor de popa. Não se esqueça dos coletes salva-vidas; eles são itens obrigatórios para quem entra na água.
Antes de começar a preparar a bagagem para a viagem, eu aconselho que você se sente confortavelmente no sofá da sala ou em outro local sossegado para fazer uma lista do que pretende levar. Assim você terá mais chances de levar todos os itens importantes e indispensáveis para uma boa pescaria.
Ao preparar sua bagagem, não esqueça o repelente de insetos, o protetor solar e o boné.
O seu “kit de pesca” deve ser montado de acordo com as sua experiência como pescador e deve conter os apetrechos direcionados para o tipo de peixe que pretende pegar. Em geral, um bom “kit de pesca” possui vários tipos de anzóis, muitas chumbadas, linhas diferentes, molinetes e carretilhas. Deve ter também um bom alicate, um canivete suiço, duas ou três facas, um facão, uma pedra de amolador facas, uma lanterna, um lampião ou um celibrim com bateria.
Recomendo também que você leve um “kit de primeiros socorros”, contendo algodão, álcool iodado, gaze, esparadrapo, band-aid e alguns remédios básicos.
Não se esqueça de planejar sua viagem com bastante antecedência e quando for consultar o calendário para programar sua pescaria, não se esqueça de ver a fase da lua, pois dependendo do tipo de peixe que você pretende pegar é muito importante que você leve em consideração a fase lunar.
Lembre-se que “bebida e direção não combinam”. Da mesma forma que um motorista não pode beber e dirigir, o piloto de uma embarcação deve se abster do álcool.
Não leve aparelhos sonoros (som portátil, rádios, MD player, iPods, etc.). Procure relaxar e se deleitar com os sons da natureza.
Recomendo que leve o aparelho celular apenas para ser utilizado em casos de emergência. Só use o celular em casos de extrema necessidade.
 Respeite o meio ambiente. Traga todo o seu lixo de volta. Não faça queimadas, não derrube árvores e não mate animais silvestres (jacarés, botos, tartarugas etc.), pois essas ações desrespeitosas contra a natureza são consideradas crimes.
Aproveite esse momento para entrar em sintonia com o ambiente à sua volta. Procure se desligar dos problemas e esqueça a rotina do seu dia-a-dia na cidade. Gaste cada um dos  minutos em que você estiver pescando para se distrair e pensar em coisas boas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ISCAS ARTIFICIAIS

Pessoal, conversando com algumas pessoas que estão iniciando na pesca com artificiais notei a grande dificuldade em saber quais as iscas mais utilizadas e seus nomes e trabalhos. Então resolvi colocar aqui, rapidamente algumas das iscas mais usadas e um pequeno texto explicando um pouco mais.

SUPERFICIE
São iscas que quando trabalhadas tem sua ação inteiramente na superfície da água e eventualmente um pouco abaixo da linha da superfície.

Destas iscas podemos destacar algumas e hoje falaremos de uma em especial, a ZARA

ZARA - quando trabalhada com toques de ponta de vara, tem seu nado em Z - Pode ser trabalhada bem lentamente ou rápida. A variação da velocidade é muito importante, pois tem dias que os peixes só estão atacando com a isca bem lenta ou bem rápida.

Algumas iscas mais modernas misturaram algumas iscas e criaram algumas zaras que podem ser trabalhadas de formas variadas.

Algumas tem na sua cabeça um pequeno detalhe que faz com que ao ser trabalhada a isca faça um barulho de POP na água. E algumas podem ser trabalhadas tanto nadando em Z e com pequenos saltos. Algumas iscas quando paradas na água ficam em 45º com relação a linha dágua, e são chamadas de SLASH ( / ) Walker - são iscas que tem um trabalho mais lento e tem características dos STICKS que vamos falar mais abaixo. Estas iscas são ótimas para se trabalhar em locais sem espaço, ou quando o peixe está manhoso. Pois pode-se trabalha-la quase que no mesmo local, dando pequenos toques na ponta da vara, ela se move, mas não sai muito da posição que caiu.

domingo, 3 de outubro de 2010

PEIXES DA AMAZONIA

As matas banhadas pelas águas brancas costumam ser chamadas de florestas de várzea e as banhadas pelas águas pretas e claras, de florestas de igapós. A vegetação da várzea é muito mais rica do que a vegetação dos igapós, por causa da fertilidade das águas brancas e dos solos aluvionais por elas trazidos. O mesmo se constata com a fauna dos dois tipos de florestas, especialmente com a biota aquática. Os rios de água branca são ricos em peixes, enquanto os rios de água preta são "rios da fome". As áreas onde os dois tipos de águas se misturam, como a área perto de Manaus, são consideradas especialmente ricas.
As árvores das matas alagadas têm várias adaptações morfológicas e fisiológicas para viverem parcialmente submersas, como raízes respiratórias e sapopembas. As árvores são pobres em plantas epífitas e o sub-bosque praticamente inexiste. Em seu lugar existe uma rica flora herbácea, como o capim-mori, a canarana e o arroz selvagem. Na estação das enchentes, o capim se destaca e forma verdadeiras ilhas flutuantes. Outras plantas flutuantes, tais como a vitória-régia e o aguapé, também acompanham o nível das águas.
Os mamíferos das matas alagadas - antas, capivaras e outros - são todos bons nadadores. Até as preguiças são capazes de nadar. A fauna de macacos e de outros mamíferos arborícolas em geral é pobre, comparada com a fauna da terra firme. Nos rios de várzea encontram-se, porém, várias espécies de mamíferos aquáticos, como os botos, o peixe boi, a ariranha e as lontras. A fauna de primatas é muito reduzida. O vegetariano peixe boi e os botos predadores são, entretanto, muito raros nas águas pretas e claras dos igapós, pobres em vegetação aquática e pouco piscosas.
Na avifauna relativamente pobre das florestas de igapós predominam as aves aquáticas, tais como as garças, biguás, jaçanãs, mucurungos e patos.
As águas das florestas alagadas são ricas em répteis aquáticos. As tartarugas são importantes herbívoros da vegetação aquática e são muito caçadas. A tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) está em perigo de extinção; a cabeçuda (P. dumeriliana) e a tracajá (P.unifilis) são também muito apreciadas pelos caçadores. Os cágados Phrynops são encontrados com mais freqüência nas corredeiras. Entre os jacarés, o jacaretinga (Palaeosuchus trigonatus), gênero com uma única espécie endêmica na Amazônia, está ameaçado de extinção. O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é o jacaré comum na área. Vários autores atribuem aos jacarés predadores um importante papel de "reguladores" na várzea. A grande jibóia amazônica merece também ser mencionada.
Na Amazônia vivem em torno de 10 mil espécies de peixes. Aqui, mencionamos apenas algumas espécies ligadas à floresta de inundação. São estas os peixes frugívoros que evoluíram em estreita co-evolução com as árvores e arbustos amazônicos: as frutas caem na água, são engolidas pelos peixes e as sementes resistentes às enzimas gástricas são transportadas para longe. Vários peixes, especialmente os da grande ordem dos Characinoidea, apresentam dentições especializadas para certos tipos de frutas. O tambaqui (Collosoma macropomum) é um comedor especialista das frutas da Hevea spruceana. Pacus, dos gêneros Mylossoma, Myleus e Broco, são também comedores importantes de frutas de palmeiras, embaúbas e outras árvores. A piranheira é uma planta preferida por algumas espécies de piranhas. A dispersão das plantas pelos peixes da várzea e dos igapós tem uma importância comparável à da dispersão clássica de sementes pelas aves e mamíferos nas florestas de terra firme. O tambaqui e os pacus, bem como o pirarucu (Arapaima gigas), são os peixes de maior importância comercial na Amazônia. Nada ilustra melhor o papel ecológico importante da frugivoria dos peixes. O tambaqui é muito procurado por pescadores turísticos.
Os peixes frugívoros constituem somente um dos tipos de peixes na várzea, mas o papel deles é particularmente importante nas águas pretas e claras. Devido à pobreza excessiva dessas águas em fito e zooplâncton, são as árvores que fornecem a maioria dos alimentos. Mesmo assim, os peixes do rio Negro são de tamanhos menores do que os seus coespecíficos no rio Solimões. Os cardumes também são menores.
A fauna de insetos é principalmente ligada à vegetação flutuante. As poucas espécies de cupins e de formigas acompanham a subida e a descida das águas ao longo dos troncos das árvores. Vários tipos de insetos vivem sobre a vegetação flutuante, enquanto nas águas criam-se enormes populações de mosquitos e outros dipterros irritantes. Os rios de água preta são isentos deste flagelo.
As matas alagadas contêm várias espécies de árvores de utilidade econômica, além de madeiras de lei. A seringueira, a sorva, a andiouba, a macaranduba, o buriti e o tiucum produzem borracha, alimentos, óleos, resinas e fibras de importância econômica. As várzeas são especialmente ricas e produtivas. Ali se encontravam as grandes concentrações indígenas e atualmente são desenvolvidos grandes projetos agro-pecuários e industriais.
Específicas dos igapós de solos arenosos e de água preta são a piranheira (Piranhea trifoliata), a oeirana (Alchornea castaniifolia), várias espécies de Inga e de Eugenia, as palmeiras Copaifera martii (copaíba) e a Leopoldinia. Algumas árvores têm grande resistência às enchentes prolongadas, tais como a Myrciaria dubia, a Eugenia inundata (araçá de igapó) e, finalmente, a Salix humboldtiana, que sobrevivem a vários anos de submersão permanente.
Muitas espécies da várzea estão ameaçadas de extinção devido ao rápido desenvolvimento das áreas urbanas, da construção de represas, da poluição com o mercúrio dos garimpos etc. A caça e a pesca desregulada na várzea já colocaram em risco a existência de vários vertebrados aquáticos de grande porte. A lista das espécies em extinção é encabeçada pelos botos, peixe boi, ariranha, tartaruga verdadeira, jacaretinga e outros. Entre os peixes ameaçados destacamos o pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo.
A alta produtividade da várzea possibilitou uma povoação indígena densa à época da descoberta. As margens do grande rio abrigaram muitas aldeias com milhares de habitantes. A densidade populacional alcançava 14,6 pessoas por quilômetro quadrado. Os ribeirinhos cultivavam milho e mandioca no rico solo aluvional, coletavam arroz selvagem e usufruíam de pesca rica. Estes índios tinham uma organização de classes sociais e utilizavam trabalho de escravos.
Os rios de água preta, pelo contrário, considerados "rios de fome", foram historicamente pouco habitados. Porém, pela falta de dípteros molestadores, como mosquitos, borrachudos e mutucas, os novos colonizadores preferiam morar nas margens dos rios de água preta. Por um curto período, a capital da região foi para Barcelos, no médio rio Negro, mas mudou rapidamente para Manaus, perto da várzea rica em peixes. Ainda é preciso considerar que os solos férteis na Amazônia são os solos de várzea, justamente onde os grandes centros urbanos tendem a se localizar, junto com as suas bases de abastecimento.
Uma estação ecológica está situada por inteiro no ambiente dos igapós: é a Estação Ecológica Federal do arquipélago de Anavilhanas, no baixo rio Negro. Nas enchentes, o arquipélago de centenas de ilhas é praticamente submerso. O laboratório de pesquisa da Estação fica em casas flutuantes que acompanham também o nível das águas. Uma outra estação, Mamirauá, está situada na várzea, perto de Tefé. O grande centro de pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, e o Museu Goeldi, em Belém, mantêm várias reservas e áreas de pesquisa nas matas de terra firme. Em Santarém encontra-se um grande centro de pesquisas piscívoras.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

RIO GUAPORÉ

OS PEIXES
Como característica, o Guaporé é um rio que oferece uma grande variedade de espécies esportivas. Pescar em suas águas proporciona diversão para qualquer tipo de pescador. Se for mais voltado para a pesca de artificial, os tucunarés e as cachorras largas garantem bom divertimento. Se a preferência for pelos peixes de couro, é possível garantir grande emoção na pesca das pirararas, cacharas e capararis. Se quiser partir para a pesca de isca natural, sem ser nos peixes de couro, as corvinas os tambaquis e as pirapitingas estarão lá para serem desafiados.

Tucunarés
A espécie da região é o Cichla monoculus, conhecido como amarelinho, pitanga, pinina, popóca, etc, enfim, uma grande variedade de nomes para um dos peixes mais esportivos de nossas águas doces. O tamanho desta espécie não é seu ponto forte, pois dificilmente ultrapassará aos 3 quilos de peso. No entanto, se o pescador ajustar sua tralha para um equipamento mais leve, poderá se divertir como nunca e dificilmente encontrará um local no país com tanta quantidade como se pode encontrar no Guaporé. Trabalhando com uma vara e linha de 12 lb, e iscas artificiais de superfície, terá o coração acelerado a todo instante, pois em alguns lagos é raro não ter sua isca atacada a cada arremesso.
Iscas recomendadas: baby bob, zeppelin, stick e stick poper da Borboleta / super spook jr e baby torpedo da Heddon / pop’n image, spit’n e super pop r da Excalibur / trairinha da Bait puller / top pup da Mirrolure / pop r da Rebel / alimai 85 da Kingfisher / bicuda -70 da Deconto
Cachorra Larga
Nas partes onde a água corre um pouco mais é o local de se tentar uma cachorra. Há muita quantidade deste peixe nas águas do Guaporé e recomendo que se leve um bom estoque de iscas de meia água , pois não é raro se perder algumas durante sua pesca. Com dentes muito afiados, a cachorra corta a linha com muita facilidade e a utilização de um empate de aço é fundamental para se evitar perder muitas iscas. Mesmo com o aço, ainda se perde alguma pois outras do cardume costumam brigar pela isca e não raramente se perde alguma isca nesta disputa. Uma técnica importante para se conseguir melhorar a produtividade nesta pesca é fisgar a cachorra com a ponta da vara voltada para cima, pois elas escapam muito neste momento se a ferrada for feita lateralmente.
Na pesca da cachorra é bom optar por uma vara e linha mais potente, ao redor de 25lb.
Iscas recomendadas: magnum 11 e 14 da Rapala / long A 15 e 16 da Bomber / inna da Marine Sports / the first da Maria / red fin 900 da Cotton Cordell / zagaia e prima da Bait Puller / juana e perversa da Borboleta.

Corvinas
Pouca explorada, mas não menos divertida é a pesca da corvina, utilizando como isca os pequenos lambaris. Nas pontas de praia rasas e com água meio corrente esta pesca pode ser praticada com grandes resultados arremessando os lambaris e recolhendo lentamente como se estivesse trabalhando uma isca artificial. Para se arremessar com mais eficiência pode ser utilizado um pequeno chumbo prezo a linha. A vara e linha de 12 lb utilizada para os tucunarés é uma excelente opção para a pesca da corvina. Recomendo soltar a corvina o mais rápido possível, pois se trata de um peixe frágil que pode morrer com facilidade.
Um dos charmes desta pescaria é acompanhar o processo de captura dos lambaris pelos guias locais. Primeiro se pesca um tucunaré. Depois, o fígado do tucunaré é amarrado em uma linha de nylon e se esfarela um pouco do fígado na água para a trair os lambaris. Com a linha  se bate o fígado na água e os lambaris começam a atacar e a morder e vão sendo jogados para dentro do barco. Isto é um sistema típico da região que vale a pena conhecer.
Cachara e caparari
Nos canais rasos, tanto de espraiados como os com margens de capins a pesca da cachara com isca de peixe é muito produtiva. Além destes peixes é comum entrar também cachorras e pirararas de menor porte. Nesta pescaria não se pode esperar exemplares de grande porte, até pela profundidade destes pontos. Mas se o pescador optar por um equipamento leve, composto de uma vara de 20 a 25 lb, equivalente a utilizada na pesca da cachorra com artificial, é satisfação garantida e briga boa. As maiores cachara dificilmente ultrapassam os 10 kg de peso , sendo que a maior quantidade estará entre 3 e 6 kg.
Pirara
Se o pescador quiser tentar uma pirarara de maior porte, pode ter certeza que encontrara diversão pesada e necessita reforçar o equipamento. Neste caso, como se muda de ambiente, do raso para os poços mais profundos e com muitas galhadas submersas, há que se ter alavanca para segurar a corrida desenfreada de uma pirarara de maior tamanho. Uma vara e linha na casa das 80lb é importante, caso contrario as chances do peixe conseguir de enroscar em uma tranqueira qualquer é muito grande. Para esta pescaria recomendo anzol entre 9 e 11 /0 e como isca se pode utilizar traíras, muito fácil de se pescar em qualquer parte do Guaporé.
Pirapitinga e tambaqui
Embora raro, no Guaporé ainda se pode sentir a força destes peixes do outro lado da linha.
Para se ter chances de sucesso é fundamental levar isca de minhocuçu, não encontrada na região. Em alguns canais de água rápida ou poços mais profundos, a pesca mais comum destes peixes redondos e de grande força é feita poitando o barco e arremessando o mais longe possível da embarcação. È uma pesca de espera, mas que dando resultado proporciona grande emoção, não só pela raridade  como pela força que eles tem.
Durante a viagem fizemos um esforço relativo de pesca destas espécies e considero que obtivemos um bom resultado com 1 pirapitinga e 4 tambaquis, fora alguns perdidos.
O equipamento que recomendo é uma vara ao redor de 40 lb, com linha de 30lb e anzol 6/0

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os maiores dourados do mundo

O Terra da Gente desembarca em Buenos Aires. Pegamos a estrada pela Rota 14. São 450 quilômetros até Concórdia, na província de Entre Rios, nordeste da Argentina. E pela primeira vez nosso programa chega ao rio Uruguai, na Bacia do Prata. Às margens da usina de Salto Grande, vamos em busca dos maiores dourados do mundo.
 
O ponto de pesca fica a apenas 5 minutos de barco, mas as facilidades terminam por aí. É a primeira vez que, para fazer uma pescaria, eu preciso apresentar o documento de identidade. Neste caso, o acompanhamento é feito pelo pessoal da Prefectura, a polícia naval da Argentina. O cinegrafista também tem que mostrar o documento. Pelo rádio, o policial confere se estamos autorizados. A placa de proibido passar é o limite de uma linha imaginária. A partir de agora, só 2 barcos credenciados podem prosseguir.
 
Zona de preservação
 
Estamos em La Zona, zona de segurança por se tratar da fronteira entre Argentina e o Uruguai. Apesar do nome, La Zona não tem bagunça. É um exemplo de preservação ambiental. Daqui até a barragem de Salto Grande são 1.000 metros. Nós, que temos autorização, vamos prosseguir. Para os outros barcos, é o fim da linha.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Araguaia, cheio, continua lindo!

Sim, muito lindo mesmo. Espraiado pelos varjões, invadindo lagos e lagoas, emendando tudo e encurtando as distâncias, por cima do que normalmente vira praia no tempo da estiagem.
Passei três dias na região da barra do Cristalino, usufruindo a boa hospitalidade do Carlinhos, lá na Pousada Asa Branca; ambiente limpo, confortável e agradável. Comida deliciosa (o tira-gosto, de peixe, simplesmente soberbo) e cerveja gelaaada! Nosso guia e piloteiro, o João, sempre atento e solícito, não poupando esforços para que pudéssemos nos divertir e fisgar grandes peixes.
A pescaria que gosto de fazer. De Brasília vieram os Amigos Alfonso Galiano (mais de 30 anos de aventuras juntos, Brasil afora) e o Manoel Gimenez (que já esteve diversas vezes no Araguaia). Excelentes companheiros e desportistas.
Saímos de São Miguel na manhã da sexta-feira, dia 15, e utilizamos o táxi do Sr.Irênio para ir até o Javaés, próximo ao Fio Velasco, onde o Carlinhos e o João já nos aguardavam. Atravessamos o lago da barra do Javaés e saímos no Araguaia, quase em frente a Pousada Wilson Ribeiro, e fomos atalhando curvas, varando furos, até que, em aproximadamente uma hora e meia, chegamos na Pousada.
Ao longo da viagem uma imensidade de pássaros: Maguaris, Garças brancas, Gaviões, Jacus-ciganos, Bem-te-vis... nada de Jacarés ou outros bichos... difícil ver a margem, mais das vezes alagada, com o rio adentrando a mata ciliar.
Chegamos, nos acomodamos, almoçamos e, após breve repouso, começamos nossa pescaria esportiva. O Manoel foi o primeiro a inaugurar as Pirararas, porém não levava muita sorte neste primeiro dia, e conseguiu perder duas boas puxadas, mal fisgadas, imagino. Mas confirmou sua competência e foi o primeiro a pegar uma Pirarara, de uns 23kg., aproximadamente. Foi uma boa briga e ver a alegria do pescador, tanto na hora da puxada, quanto no momento em que soltou o peixe no rio, valeu a pena.
Daí para frente alternamos, e fechamos o dia com quatro exemplares embarcados, fotografados, filmados e restituídos com festa, ao seu ambiente natural, "para crescerem mais", dizíamos.
Na manhã de sábado, fomos tentar a pesca da Piratinga/Piraíba, próximo a barreira da Mirindiba. Não levamos sorte. De cara, nosso bom piloteiro, o João, me orientou que soltasse a bóia da poita - para largar o anzol - mas, a mesma não suportou o peso da correnteza e simplesmente sumiu. Perdemos um tempão tentando "pescar" a corda. Não houve jeito, tivemos que retornar à Pousada, para buscar outra poita.
Voltamos ao lugar anterior, mas o peixe não quis saber de "conversa", simplesmente não compareceu e ficamos nós, torrando ao sol intenso que resolveu aparecer, até desistir e voltar para a barra do Cristalino, e às nossas amigas Pirararas.
Pois bem, o Manoel pegou mais uma, de uns 35kg., fechando a manhã com chave de ouro. Nessa brincadeira, tivemos a oportunidade de ver vários Pirarucus, no rio, caçando peixinhos junto à folhagem da margem, bem perto da canoa, onde pescávamos.
Durante a tarde foi minha vez de pegar outra Pirarara, na faixa dos 20kg., e num lugar improvável. O problema é que o sol nos castigava, embora no horizonte se formassem nuvens de chuva, e o Galiano pediu ao João para achar uma sombra, "nem que não se pegue peixe". O João assim fez e não é que acabei achando uma Pirarara por lá perdida?
Dois peixes. O resultado do sábado. À noite, depois de comer amendoins a tarde inteira e me fartar no excelente peixe servido como petisco, fui dormir algo enfastiado... para acordar horas após, com uma tremenda dor-de-barriga que garantiu inúmeras visitas ao banheiro, ao longo de toda a madrugada. Pensei que não ia dar conta de pescar no domingo...
Mas mesmo algo ressabiado e preocupado com a ausência de barrancos onde me safar em possível emergência intestinal... lá fomos nós em busca dos peixes. Tentamos a Piratinga/Piraíba no porto da Manga, também sem sucesso. Voltamos para os bons pontos de Pirarara, mas o dia parecia não estar para peixes... nada.
Manoel ainda ferrou uma Pirarara que dava sinais de ser grande, mas que acabou conseguindo se soltar do anzol, frustrando mais uma vez o experiente pescador. Galiano parecia ter "pisado em rastro de corno", não fisgou um peixe sequer durante os dias que por lá ficamos. Coisa estranhíssima, pois pescávamos com o mesmíssimo tipo de equipamento, mesma linha, mesmos anzóis, chumbada, isca e lugar... e o peixe não puxava no anzol dele!
Na parte da tarde a coisa continuava difícil, até que lá pelas seis horas, próximo a Fazenda Almeida Prado, entrou uma Pirarara no meu anzol. Parecia ser um bom peixe e resolvi que já era hora de o Galiano fazer um pouco de força. Passei o serviço para ele - apesar de seus protestos - e me diverti, filmando seu esforço na luta com o bruto. E era grande mesmo, mais ou menos na mesma faixa da grande Pirarara pega pelo Manoel na manhã da véspera.
Fechamos a pescaria com chave de ouro: ferramos ao todo 13 Pirararas e conseguimos tirar 7, devolvendo todas ao rio. Minha indisposição, graças a Deus não foi adiante e fechamos o dia com um bom jantar, a seguir nos preparando para sair cedo na segunda-feira, de volta para casa.
Despedimos-nos da Pousada bem cedo e às 9:30h. já estávamos no porto do Javaés, aguardando o Sr.Irênio, que chegou logo em seguida com seu táxi. Próximo às 12:00h. chegamos a São Miguel; eu em casa e os meus dois amigos no início da viagem de volta a Brasília, que empreenderam imediatamente após o almoço, na Churrascaria Casarão, possivelmente a melhor de S.Miguel.
Creio que, se todos pescassem dessa forma, usando o rio e seus recursos com consciência, evitando lançar detritos nas águas, soltando o peixe que não seja estritamente para consumo próprio, no local, zelando o ambiente e o mantendo preservado... o Araguaia, cheião ou lá embaixo, vazio, continuaria sempre lindo, sempre um grande rio.
Os Tucunarés, Barbados, Douradas, Matrinchãs, Pintados, Pirararas e Piraíbas continuariam a fazer a alegria do pescador e poderiam ser vistos por nossos filhos e netos, com certeza.

domingo, 19 de setembro de 2010

Aprenda como pescar Douradas/Apapás. Tecnica e dicas de Roberto Grosse Jr


     A Dourada, também conhecida como Apapá, é um belo peixe que garante boa diversão a quem quiser uma pesca animada.  Embora seja razoavelmente agressiva e dê belos saltos fora d’água quando fisgada, não deve ser confundida com o Dourado.  São peixes com várias semelhanças mas com particularidades e de bacias diferentes.
     Não é de se estranhar quando o pescador de Goiás chamar o Apapá de “Dourado do Araguaia”. De fato, a cor, mais intensa na época das cheias (novembro a abril), e os saltos justificam o apelido. A forma de pescar, no entanto, é bem diferente. 
     A Dourada é muito arisca e não se arrisca a pegar iscas mortas.  É muito comum ver belos exemplares subirem até a flor d’água, pertinho do barco, e desistirem do bote na última hora. Até mesmo o encastor pode atrapalhar a captura em alguns casos.
     Por ser um peixe de escamas, hábitos diurnos, e se alimentar em corredeiras preferencialmente nas horas mais quentes do dia, o som dentro do barco deve ser a menor das preocupações do pescador. A atenção deve estar em tentar iludir, enganar o peixe.
     É importante que o pescador, bem posicionado, faça movimentos constantes com sua vara simulando o movimento da isca subindo o rio contra a correnteza.  Desta forma, o Apapá dá o bote pensando ser o nado natural de sua presa.  Sempre iscas vivas e bem selecionadas, de preferência pegas no próprio habitat do peixe.  É muito raro pegar uma Dourada na espera.
     A linha deve ser fina, não mais que 0,40.   Uma vez que os locais da pesca sempre envolvem corredeiras, linhas multifilamento são sempre uma boa sugestão.  Esta deve estar bem solta para se movimentar livremente. Já o anzol não deve ser maior que 0/4.
     Até hoje, nunca ouvi falar de alguém que tenha pego uma Dourada com isca artificial, mas como tudo é possível numa pesca, não duvido que um dia possa acontecer.
     Dois cuidados especiais para quem experimentar a pesca de douradas no Araguaia devem ser observados. Em primeiro lugar,A isca deve ser posicionada no anzol pela cabeça para garantir o movimento. Se iscar pela boca, o peixe permanecerá vivo por um bom tempo.  Qualquer coisa, sejam folhas, cascas ou até o simples movimento das águas pode enrolar a linha e alertar a Dourada.  O pescador deve observar constantemente sua tralha com atenção para garantir o sucesso da pesca.   
     O segundo cuidado é bem mais interessante e divertido!  Os botos do Araguaia estão cada vez mais atrevidos!  Especialmente na época da seca (maio a outubro) Como o leito do rio fica bem menor e o alimento mais escasso, chegam a roubar pequenas iscas diretamente do anzol!   Uma vez que o boto bocar a linha, a fricção deve estar totalmente apertada.
     Neste momento o pescador poderá fazer apenas uma coisa: torcer para que a linha arrebente ou para que o boto a solte! De qualquer forma só poderá torcer e esperar!  Triste é quando se fisgou uma bela dourada e o boto vem com toda a velocidade rouba-la a poucos metros do barco.
     Não é tão raro se pegar Douradas com cicatrizes de ataques frustrados de botos (como mostra a foto).  Sempre que o pecador perceber a presença de um boto deve optar se vai encarar a disputa ou não.
     Com certeza o boto irá ganhar! Para aqueles mais esquentados, nada de tentar atacar o mamífero, pois além de covardia, é crime.  A solução é procurar outra corredeira para pescar!
     Por último, a pescaria de Douradas revela o quanto o puçá é importante! No último instante antes de ser embarcada, a Dourada costuma se soltar do anzol.  O puçá garante a foto e a integridade do animal.
     A pesca do Apapá é muito animada e emocionante não só para quem pesca, para os observadores também!  Sempre é motivo de boas risadas! Diversão garantida! 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Enorme Piraíba

Conheci a Piraíba quando fui fazer uma pescaria na Ilha do Bananal, com meu amigo Amos D. Borsari. E no dizer do escritor Georges Paturbe a Piraíba é o “monstro” do rio e ele a descreve assim: “A Piraíba é o maior de nossos peixes de água doce, atingindo mais de 3,5 metros de comprimento, com o extraordinário peso de 250 quilos ou mais. Possui nada menos que um metro e meio de circunferência”. A cor da Piraíba é algo bronzeadora, com o ventre claro. Na sua cabeça monstruosa, dois pequeninos olhos, pretos e sem vida, dão a Piraíba um aspecto mal, inspirando terror a quem a vê. Tal peixe ocorre nas Bacias do Amazonas e Araguaia, sendo que no Amazonas, é conhecida do indígena pelo nome de Piratinga.

Os exemplares de menor porte (20 a 80 quilos) são conhecidos como filhote. Uma particularidade da Piraíba, é dar saltos fora d’água, verticais, saindo com todo o corpo e caindo novamente à água, com grande estrondo. Já tive ensejo, de ver no Araguaia, o salto desses monstruosos peixes de 3 metros, em dias de forte canícula, quando as Piraíbas saltam a toda hora. A carne deste peixe é desprezada, sendo apenas aproveitados os pequenos exemplares.

Dizem os caboclos que a carne do Piraíba causa lepra e outros malefícios. Disto, porém, nada se tem provado e é realmente desperdício, deitar fora tamanha quantidade de carne. Passemos agora, à pesca da Piraíba, a mais bruta das pescarias. Em primeiro lugar, o anzol. Deve ter um palmo ou mais de comprimento, pois os exemplares de 30 quilos já possuem a boca perfeitamente capaz de engolir o maior dos anzóis.

A isca, pode ser de algum pato, leitãozinho, curimatãs ou peixes de 3 quilos ou até mais. Linha, não se utiliza; usa-se uma corda, de preferência de náilon, com 10 a 15 mm de diâmetro. Outra corda que pode ser usada, é a conhecida por “corda de bacalhau”, mas o ideal são as cordas de náilon, por serem mais resistentes. Pescando de canoa, a corda deve ir amarrada ao seu bico e, a canoa apoitada.

Tem-se que ter a prevenção, de ter sempre à mão uma faca, para cortar a corda assim que a situação ficar preta, pois se ela chegar a ficar, o melhor é você pular n’água e deixar que o peixe faça o que bem entender com a canoa. Pois bem, com a canoa poitada, assim que a Piraíba ferrar, deixe que ela carregue a canoa com poita e tudo, rio acima ou rio abaixo, da maneira que ela quiser. Ao contrário do Jaú, a Piraíba não se emboca e podemos deixar que ela carregue a canoa por todos os lados, mas a Piraíba possui alguns truques e, pode perfeitamente ir puxando a canoa em dada direção e, de repente, dar uma reviravolta, vindo exatamente em sentido contrário, passando por debaixo da canoa.

Quando a corda esticar, somente se a canoa for muito pesada, é que não emborcará, afundando o bico. Antes que isso aconteça, deve já o pescador ter cortado a corda, ou manejado a canoa, de maneira que tal não aconteça. Se no decorrer da pescaria, não haver sido preciso cortar a corda, assim que a Piraíba aflorar a cabeça, depois de algumas horas de luta, naturalmente, deve-se vará-la com vários tiros. Só assim o pescador conseguirá deitar a mão no monstruoso peixe.

Do barranco, não há força humana capaz de segurar o peixe. Por isso deve-se amarrar a corda em alguma árvore, mas note bem, em árvores, pois já assisti a uma Piraíba arrancar dois moirões de cerca, em cujos moirões a corda fora amarrada e, rebentando o arame farpado, lá foi a Piraíba para as profundezas do Araguaia, carregando anzóis, cordas e dois moirões de cerca, além de um pedaço de arame farpado. Se a corda estiver amarrada a uma árvore, a vitória será do pescador, pois a Piraíba, via de regra, engole a isca e, tanto são os saltos, arrancões e solavancos, que o peixe dá, que em uma hora ou pouco menos, o anzol dilacerará suas vísceras trazendo-lhe a morte.

No mais, peguem o maior anzol que puderem encontrar, isque-o com um bom peixe, amarrem-no firmemente em uma corda de 30 a 50 metros, amarre-o em uma árvore e deixe ali até o dia seguinte e, boa sorte.

domingo, 12 de setembro de 2010

Pescando com ração flutuante

. Preparando a ração
Compre ração flutuante (guabí) de tamanho médio. Coloque até 3/4 num pote plástico com tampa. Molhe a ração com pinga, até atingir metade do pote, isto é, pode encharcar. Note que, em menos de 30 minutos, a ração encherá o pote.
2. Preparando vara
Pode usar vara telescópica comum, em torno de 3,60 metros. Coloque a linha 0,30 a 0,40, com uma bóia pequena, com 1 ou 2 anzóis pequenos (utilizo maruseigo 8 ou 10), de modo que, ao fisgar ração, ela flutue.
3. Pescando
Chegando no pesqueiro, ceve o local com a mesma ração flutuante e notará que as tilápias irão comer a ceva. Basta fisgar ração com pinga (note que não soltará fácil do anzol). Irá pegar muitos peixes. Corre- se, entretanto, o risco de algum matrinxã cortar o anzol. Não jogue muita ceva, jogue aos poucos, para manter os peixes no local.


 
Traíra na artificial
Texto: Marcel Nishiyama
Para uma boa pescaria de traíra, verifique antes a temperatura da água. Use iscas de superfície para água quente e iscas de meia água ou fundo para água fria ou dia com muito vento.
Dê preferência a iscas barulhentas (JumppingMinow, Hélice, Popper) ou iscas que produzam bastante vibração (Spinner, SpinnerBait, Rattlin) – isso irá “irritá-la” e fazer com que ela ataque a sua isca.
Trabalhe a isca lentamente, pois a traíra é um peixe relativamente lento, principalmente se a água estiver fria.
Se possível, arremesse a isca paralela à margem. Dê repetidos arremessos em lugares promissores, pois ela nem sempre ataca no primeiro arremesso.
No caso de usar iscas com um único anzol grande, tal como o SpinnerBait ou Colher, amasse a farpa do anzol, pois, devido à boca da traíra ser dura, o anzol acaba quase sempre fisgando na região do olho do peixe, de dentro para fora, por ser a parte mais mole de sua boca, e isso dificultará muito a retirada do anzol sem prejudicar ou até matar o peixe.
Evite acidentes, use alicates tanto para segurar o peixe tanto para retirar o anzol. A traíra é um peixe muito escorregadio, muito difícil de segurar com a mão e possui dentes afiados e mordida forte, o que provoca uma ferida com corte profundo e muito dolorido.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PESCANDO NOS RIOS DE GOIÁS

Goiás é privilegiado pela riqueza de sua hidrografia - o Rio Araguaia com suas belas praias e grande variedade de peixes - o Rio Paranaíba com seus lindos lagos azuis. E os lagos: Corumbá, Corumbá IV e um dos maiores lagos artificiais do mundo, o lago da Represa da Serra da Mesa, com seus grandes tucunarés. O Estado alimenta três bacias hidrográficas brasileiras, a Bacia Amazônica (Rio Araguaia e Tocantins), a Bacia do Paraná (Rio Aporé, Paranaíba com seus principais afluentes, Rio dos Bois, Meia Ponte, Corumbá, Corrente e Claro), a Bacia do São Francisco (Rio preto). Com várias paisagens o Estado possui uma rica fauna e flora. Pela sua localização central, o seu bioma é de transição para outros biomas do Brasil.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pesca no Araguaia: Pescaria no Araguaia - Trilha do Pintado

Rio Araguaia, um dos lugares mais belos para a prática da pesca esportiva, Ao longo seu do curso, encontra-se uma diversidade de peixes (Pirarucu; Pirarara; Filhote/Piraíba; Pintado; Barbado; Palmito; Matrinchã; Tucunaré entre outras) Mas lembre-se, muitos desses peixes são da bacia amazônica, por isso, são grandes e agressivos.

Não se esqueça de trazer carretilhas ou molinetes para facilitar o arremesso da linha e possibilitar maior desempenho de tração depois de fisgada.
Alem da pesca esportiva você também pode desfrutar da beleza do Araguaia, aliado a uma fauna e flora bastante rica em espécies (principalmente os Botos Cinza e Rosa) A atividade da pesca esportiva reforça o poder de atração de toda a região.
Para os pescadores de primeira viagem, um aviso: É necessário licença do IBAMA para pescar

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Deixe sua isca mais bem conservada possível

Isca fresca é sinônimo de sucesso na pesca com naturais. Por isso, a melhor maneira de conservar os peixes é usando bastante gelo; nunca coloque sal!

Quando for congelar por um período mais longo, prepare uma solução à base de formol, água, gelo e ácido ascórbico (vitamina C) na proporção de 50 L de água salgada para duas colheres das de sopa de formol e uma e meia colher das de sopa de ácido ascórbico puro. Se preferir, diminua a quantidade de gelo e acrescente um pouco de sal grosso na solução, para baixar mais rápido a temperatura da mistura.

Jogue os peixes na solução e espere até que eles morram. Em seguida, seque com papel toalha um a um e depois coloque em sacos plásticos individuais. Tenha cuidado durante este processo, para não retirar as escamas.

A secagem impedirá a formação de gelo ao redor da isca, o que poderia queimá-la durante o processo de congelamento.

Agindo dessa maneira você conservará a isca congelada por bastante tempo sem perder a textura, brilho e a cor do peixe, mantendo-o sempre fresco.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PANTANAL MATO-GROSSENSE

Muito antes do descobrimento do Brasil, os índios Guaicurus dominavam toda a região do Pantanal. Souberam utilizar o cavalo introduzido pelos espanhóis, tornando-se exímios cavaleiros. Durante séculos de penetração dos colonizadores, a resistência à ocupação se constituiu na tônica das relações entre índios e brancos. O Pantanal parece ter sido palco da maior e mais obstinada cena de oposição sistemática à presença colonizadora. Como resultado desse violento conflito ocorreu o quase extermínio da população indígena.
Os Xavantes, a mais importante tribo da região, dizimados e expulsos de suas terras localizadas entre os rios Araguaia e Tocantins, se encontram atualmente confinados em reservas indígenas distribuídas pelo território mato-grossense.
Deve-se também levar em consideração que, de acordo com recentes pesquisas em dezenas de sítios arqueológicos da região mato-grossense, onde foram encontrados inclusive ossos de animais pré-históricos como preguiças gigantes e tigres de dente-de-sabre, há evidências da presença do homem pré-histórico, grupos de caçadores/coletores e ceramistas, anteriores ao desenvolvimento das culturas indígenas conhecidas.}
A área brasileira pertenceu à Espanha pelo Tratado das Tordezilhas, assinado em 1494, onde se localiza o Pantanal, foi ignorada pela certeza de que eram inesgotáveis as minas de ouro e prata do México, Peru e Bolívia. Diante dessa atitude dos espanhóis, os portugueses, já a partir de 1525, começaram a explorar a região.
Mais tarde, as bandeiras vasculharam todo território à procura de ouro, pedras preciosas e principalmente à caça de índios para os trabalhos na lavoura, já que o preço dos negros escravos estava acima das posses dos moradores da província de São Paulo. Embora, no início do século XVII, a Espanha tenha procurado barrar esse movimento, incentivando a construção de missões ao longo dos rios Paraguai e Paraná, a cargo dos padres jesuítas, a ocupação portuguesa já se consolidava.
Após a Guerra dos Emboabas, os paulistas, alijados da região das Minas Gerais, reorientaram as bandeiras em busca de novas jazidas auríferas. Foi assim que o bandeirante Pascoal Moreira Cabral descobriu as minas de Cuiabá, em 1718.
Diante desta descoberta, o rei D. João V de Portugal, em 1748, resolveu reorganizar a administração daquela área para facilitar a fiscalização. Separou a região em duas partes, criando dois governos próprios. Surgiram assim as Capitanias de Mato Grosso e de Goiás. Portugal e Espanha, após longas negociações, assinaram o Tratado de Madri, em 1750, oficializando a ocupação portuguesa. Em troca da colônia de Sacramento muito cobiçada pela Espanha, a coroa portuguesa recebeu todo o vale do Amazonas, com as áreas correspondentes aos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Rio Grande o Sul, onde se multiplicavam cidades e vilarejos.
Porém, com o esgotamento das minas durante o século XIX, a região entrou em declínio, ficando abandonada por longo tempo. Somente no início do século XX voltou a prosperar com a chegada de seringalistas, de plantadores de erva-mate e soja e sobretudo de pecuaristas, reunindo um dos mais significativos rebanhos de gado bovino e tornando-se a última grande fronteira agrícola do Brasil. Em 1977, com a separação, o Estado de Mato Grosso do Sul ficou com dois terços das ricas fauna e flora do Pantanal.
Até as primeiras décadas deste século, a região era visitada praticamente apenas por expedições científicas, para conhecimento de sua fauna e flora exuberantes. Por essa época, o Pantanal recebeu um visitante ilustre. O antropólogo francês, Claude Lévi-Strauss, encontrou no Centro-Oeste Brasileiro a inspiração para renovar a antropologia.
O que marcou esta época foram as expedições chefiados pelo marechal Rondon que percorreram Mato Grosso até Rondônia e o Acre até Manaus, construindo milhares de quilômetros de linhas, várias estações telegráficas, descobrindo acidentes geográficos e sobretudo mantendo relações pacíficas com os índios.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Pesca Amadora no Brasil


A pesca amadora é uma das atividades de lazer mais praticada em todo o mundo, envolvendo uma série de servi;os relacionados ao setor turístico.
        O Brasil, apesar de possuir uma enorme rede hidrográfica e mais de 8 mil km de costa, aliada a uma grande diversidade de peixes e áreas relativamente preservadas para atrair o pescador amador, ainda não explora adequadamente toda essa potencialidade.
        Praticamente todas as regiões do Brasil apresentam boas perspectivas para o desenvolvimento da pesca amadora, a começar pela região amazônica. Na Amazônia, os rios Madeira, Negro, Tapajós, Trombetas e Xingu vêm atraindo pescadores nacionais e estrangeiros, principalmente em busca do tucunaré, o grande embaixador da pesca esportiva.
        O Pantanal é outra área de grande interesse da pesca amadora, principalmente para o mercado interno, recebendo anualmente mais de 100 mil turistas.
        Os rios Araguaia, Paraná, São Francisco e Grande também apresentam enorme potencial, embora precisem ser mais bem administrados para se evitar abusos contra o meio ambiente. Os rios do interior de São Paulo e os pesque-pagues também atraem muitos pescadores, sendo este último o responsável pelo aumento expressivo do mercado de pesca amadora.         
        Especialistas de vários países são unânimes em classificar o Brasil entre as nações mais ricas em peixes de interesse da pesca esportiva, credenciando-o como importante destino para aqueles que se dedicam a essa atividade.Além disso, o Brasil detém dois importantes recordes na pesca internacional, a do tucunaré (12,5 kg) e o do marlim-azul (636 kg).
        Um exemplo das possibilidades da pesca esportiva como fonte geradora de empregos e receita é Estados Unidos. Segundo o National Survey of Fishing, Hunting and Wildlife, são gastos anualmente US$38 bilhões em atividades diretamente ligadas à pesca esportiva, com cerca de 37,5 milhões de pescadores esportivos licenciados, cuja demanda de servi;os gera 1,2 milhão de empregos diretos.
        Nesse contexto, o gerenciamento que países como os Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina, Costa Rica e Nova Zelândia têm realizado no setor da pesca esportiva demonstra que a atividade é capaz de gerar receitas significativa, ao viabilizar recursos não só para o seu próprio desenvolvimento mas também para aplicação em outros setores como turismo e meio ambiente.
        A atividade de pesca amadora no Brasil tem apresentado um crescimento vertiginoso nos últimos anos. O que era uma atividade de lazer transformou-se em uma indústria cada vez mais forte, que movimenta anualmente milhões de dólares em segmentos tão diversos como a importação e a exportação, a aqüicultura, o turismo e a mídia especializada.
        Considerando-se apenas o universo de peixes esportivos, as águas brasileiras abrigam mais de 100 espécies de peixes esportivos. Em termos de áreas de pesca, o país oferece tudo o que o pescador pode desejar: rios caudalosos cercados por florestas tropicais, corredeiras, lagos, enorme área costeira, com uma grande extensão de praias , manguezais e costões, sem contar o alto-mar.      
        Em virtude desse grande potencial, foi criado pelos ministérios do Esporte e Turismo (Embratur) e o Ministério do Meio Ambiente(Ibama) o
 Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA),que tem por objetivo transformar a atividade da pesca amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental.
        O PNDPA recebe apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do Projeto Pesca Amadora, e conta com a parceria dos estados e municípios onde a pesca amadora tem se desenvolvido ou apresenta potencial para desenvolvimento.
    O PNDPA tenta fortalecer a pesca amadora como atividade importante para o turismo, o comércio e a indústria, e também para a conservação do meio ambiente e da cultura e tradição das populações locais. Em suas ações, o PNDPA conta, também, com a colaboração dos pescadores amadores, das populações ribeirinhas e costeiras, de empresas privadas, universidades e institutos de pesquisa, organizações governamentais e não-governamentais, entre outros parceiros.